Catanduvense, com orgulho

O Ginásio do Conjunto Esportivo do Parque Iracema estava completamente lotado. Ainda assim, do lado de fora, centenas de pessoas tentavam entrar, sem sucesso. Esses retardatários pareciam prever que naquele 31 de janeiro de 2007, cerca de duas horas depois, as jogadoras catanduvenses de basquete entrariam para a história esportiva da cidade. E entraram.
O duelo em questão era contra o São Caetano, time que representa uma cidade famosa por ser extremamente competitiva em qualquer esporte. Além disso, o Brasil já estava acostumado a acompanhar São Caetano e Ourinhos vencerem, até com certa facilidade, todos os seus adversários.
Mas, o esporte imita a vida. Assim, como todos os impérios um dia caem, as grandes equipes também sucumbem. Candidatos a derrubar São Caetano eram vários, principalmente times de cidades que quase sempre se mantiveram na ativa, como Santo André, Marília, Piracicaba, São Bernardo e outros.
No entanto, foi Catanduva, que ficou décadas longe das quadras de basquete, que surpreendeu o Brasil. As jogadoras se esforçaram ao máximo e levaram a cidade a uma decisão que talvez nem o mais otimista torcedor esperasse.
Foi, realmente, para emocionar. Mas, a vitória tornou-se ainda mais emocionante porque foi possível ver milhares de pessoas gritando, orgulhosas, o nome de Catanduva. Uma cidade que há anos não é citada com o orgulho que merece. Uma cidade que “fica perto de São José do Rio Preto”. Uma cidade “distante 385 quilômetros da Capital, São Paulo”...
Agora, resta esperar que a vida imite o esporte e assim a população, mas principalmente os detentores do poder (econômico, político, de comunicação), defendam Catanduva com a mesma garra demonstrada pelas jogadoras.